#3 De frente com vocês: crises, aceitação e descobertas

#3 De frente com vocês: crises, aceitação e descobertas

Isabela Yu

Nessa primeira rodada de quatro perguntas, refletimos sobre o poder das roupas no nosso humor, como elas podem ser aliadas ou até mesmo motivo de crise. Este ano proporcionou um encontro mais profundo com a gente mesma, um processo lento e que não será imediato. 

 Escolher o que vestir ainda é uma crise? 

Jordanna: Nunca foi uma crise pra mim pq tenho poucas peças de roupa que eu uso sempre.

Natacha Assis: Sim, principalmente para ir trabalhar, nunca encontro algo que me sinta bem, confortável e formal o suficiente para o trabalho. Sempre desde pequena priorizo o meu conforto kkkkk 

Isabella D'Orsi: Sempre foi uma crise, para mim. Começou a melhorar a partir do momento que comecei a colocar alguns parâmetros para escolha, como conforto e expressão das roupas.

Victória: sempre priorizei meu conforto, roupas largas, de tecido gostoso pra qualquer situação! mas acho que às vezes a questão social acaba falando mais alto e me disponho a me vestir de modos que eu não me sinta tão confortável

Amanda Mendes: Sim, já foi. Principalmente quando se tratava de salto alto, em caso de sapatos. Decidi priorizar meu conforto quando me vi perdendo coisas legais por não estar com uma roupa que me permitisse certos movimentos ou situações constrangedoras

Júlia Pereira: Pra mim nunca foi, nunca tive grandes problemas com roupas, gosto de usar coisas q expressem quem eu sou e que permitam o movimento, nn gosto de usar coisas curtas demais ou apertadas demais, me sinto muito desconfortável.

Taís Abreu: É uma crise quando vou em dates hahaha mas no geral eu escolho com muita facilidade o que vou vestir!

Gabriele Laco: Sim, já foi uma crise. Quando eu não me aprofundava em auto conhecimento, eu não sabia como gostaria de me apresentar ao mundo através das minhas roupas, daí vinha muita confusão e dinheiro jogado fora em roupas que não me representavam de verdade. Comecei a priorizar o meu conforto quando passei a me amar e me sentir linda, quando não me sentia obrigada a agradar olhares. Quando passei a me sentir confiante sendo quem sou.

Gabriela Niero: Não, agora é natural e gostoso! Porém antes era bem difícil, especialmente pra sair! Priorizo o conforto quando estou comigo mesma, com trabalhos pra fazer, mas tento levar isso em todas as áreas/lugares sempre!

 Raissa: Sempre foi uma crise. As compras em lojas eram torturantes porque nunca tinha o modelo do meu tamanho, ou algo ficava muito esquisito e sempre tinha que mandar na costureira para aumentar ou diminuir. Só começou a melhorar quando consegui comprar mais em brechós ou lojas com tamanhos maiores.

Marina Figorelli: Ja foi uma crise absurda, mas hoje eu levo com muito mais tranquilidade. Eu sempre questiono o que meu corpo precisa naquele dia e isso está sempre muito relacionado à fase lunar pela qual estou passando. E hoje eu me permito acolher meu corpo e minhas vontades antes de tentar me encaixar num padrão imposto.

Ester Nogueira: Já foi muito problemático quando eu pensava que a roupa que mandava em mim e que ela que tinha total controle sobre. Ficava muito frustrada quando entrava em uma loja que não tinha minha numeração e quando tinha a numeração gg por exemplo era da mesma modelagem de um corpo magro. Agora tá muito mais leve pois procuro conforto, estilo e numerações reais de corpos reais. 🧡

Juliana: até o ano passado foi super problemático. tinha problemas pra encontrar roupas que eu gostasse e que fossem do meu tamanho. uso 46 e em lojas de departamento é muito difícil encontrar roupas que sirvam sem incomodar alguma parte do corpo.

Letícia Souza: as roupas sempre foram uma questão pra mim. Porque meus pais queriam que eu vestisse um determinado tipo de roupa, eu queria parecer mais velha usando roupas desconfortáveis. Agora eu me achei, me entendi e me visto de acordo com a minha idade mas confortável e linda

Joana Neves: hoje em dia é mais fácil pra mim pois tenho peças chave em quais eu me sinto confortável, mas as vezes é um pouco decepcionante quando não posso usar uma peça pq não é confortável nos meus seios. nem sempre eu priorizei o conforto, mas hoje é ideal pra eu me sentir bem comigo mesma.

Yasmim Rosa: Estou vivendo 100% numa crise sobre o que vestir, sinto que eu to na fase de menina que está virando mulher e ao mesmo tempo que eu amo uma calça jeans e um tênis preciso começar a usar mais roupas sociais por conta do meu trabalho

Como as roupas fazem parte do seu processo de aceitação?

Maria Luíza Neves: eu só uso saias longas pra esconder minhas pernas tortinhas, mas gosto disso.

Taís Abreu: Eu amo meu corpo e ponho roupas que me deixem confortável e bonita!

Maria Eduarda Costa Santos: Estou em processo de aceitação,então as roupas que uso vão variando com meus estado de espírito e autoestima do dia

Amanda Zinato: Elas fazem quando me permito mostrar um pedaço da barriga ou mostrar as pernas que são muito grossas

Victória: nunca me senti completamente bem com meu corpo, e usar roupa mais longas e mais largas tornaram o hábito de vestir muito melhor. acho que no começo pode ter sido uma forma de escape de aceitação, mas percebo hoje que me sinto imensamente mais confortável usando esse tipo se roupa do que qualquer outro! hoje, mais do que nunca, apesar de ainda existirem demandas sociais e “padrões” que eu cedo, eles estão muito menos presentes do que a preservação do meu conforto

Natacha Assis: Para mim como estou me vestindo e autoestima andam lado a lado, tenho problemas para aceitar meu corpo (especificamente meu peso/barriga) então tendo a vestir roupas que camuflam ou não chamam atenção para a barriga.

Gabriele Laco: Conforme eu fui amando e aceitando cada partezinha do meu ser, as roupas se tornaram minhas aliadas no meu auto cuidado e reforço do meu amor próprio, e não mais minhas inimigas.

Gabriela Niero: Quando me vejo usando algo que quero e que me faz bem, entendo o quanto meu corpo é essencial pro meu dia a dia! Antes achava que tinha que usar roupas coladas pra realçar as "'características positivas" do meu corpo, hoje percebo que meu sorriso e minha felicidade de usar as roupas que quero, é na verdade a única característica que importa de verdade!

Letícia Barreto: Passei a aceitar q não gosto do q minha mãe impunha sobre mim, do q são roupas bonitas e femininas, e passei a aceitar o q realmente me agrada e me deixa confortável

Nathália Ferreira: Quando percebo que meu corpo mudou e que estou linda com aquela roupa ..sem precisar estar apertada ou expondo qualquer parte do meu corpo.

Marina Figorelli: Pra mim é muito importante me sentir bonita e confortável na roupa que eu to usando. Quando o conforto passou a ser também uma prioridade pra mim, eu automaticamente me senti muito melhor comigo e com meu corpo. Me aceitar independente do número que tava vestindo foi um longo processo e algumas vezes ainda caio nas armadilhas dos padrões sociais, mas hoje eu já consigo identificar e quebrar o padrão.

Ester Nogueira: Fez parte do meu processo de aceitação quando vi e entendi que nenhuma loja, marca, tamanho de roupa vai ditar oq realmente meu corpo é. Quando vi que a cada dia que passa lojas só vendem tamanhos magros ou o famoso "tamanho único". E quando vi que agora uso oq me deixa confortável e feliz é uma sensação de liberdade surreal. 🧡 

Giovanna Pazian: As roupas sempre fizeram parte da minha história com a bulimia, onde a minha relação com o que eu estava vestindo poderia ir de mal a pior. Hoje, já faço disso o contrário, faço da roupa algo que me ajude, anime, mas ainda não é tão fácil.

Carol Calixto: Faz com que eu veja q me vestir é apenas mais uma das formas em q eu posso me expressar, e mostrar pro mundo a pessoa maravilhosa q eu sou ❤️ E ver q isso é possível me faz muito bem

Mariana Brito: Nunca tinha pensado nisso...mas acho que quando a roupa veste bem e não me machuca, eu me sinto mais bonita.

Isadora: O processo de aceitação é um combo né? Pra mim apareceu agora, durante a pandemia, num momento de maior peso, mas também de maior conhecimento sobre mim, de muita leitura de autoras, de vídeos sobre a experiência de outras mulheres com seus corpos, e principalmente de olhar pra mim, só olhar sabe? As roupas entram nesse momento, de colocar algo que escolho, parar na frente do espelho e me olhar, me reconhecer.

Valentina: As roupas entraram pra mim quando entendi que eu era diferente do meu ciclo social em geral, e depois de me aceitar vi nas roupas uma oportunidade de expressar essa diferença e de expressar minhas particularidades. Foi como me encontrar no mundo das roupas, um lugar que antes eu era totalmente perdida

Ana Luiza Martins Vidal: Parei de guardar roupas pra usar quando “emagrecer” pra não incentivar esse pensamento de que so serei feliz magra

Dímitra Rodrigues: dependendo da minha roupa eu consigo me sentir um combo de potência e conforto, mas outras me fazem sentir insegura e frágil. interferem diretamente em processos de aceitação que as vezes me afetam mais do que eu esperava em relação a vestuario

Ana Rita Brito: Tudo, roupa tem tudo a ver com aceitação. Tem de acabar aquela auto-obrigacao que vejo ainda muito de usar roupas apertadas para não usar tamanhos muito grandes e assim parecer mais pequena ou ao contrário, usar roupas largas para enconder magreza. Todas somos lindas e devemos amar a casa onde vivemos e decora-la ao nosso gosto e não ao da sociedade 

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